segunda-feira, 15 de março de 2010

Senhor Direção

Eu sei que ninguém me perguntou, mas existe um motivo para eu fazer Direito. Não é porque é um curso popular, ou que paga bem ou qualquer coisa do tipo. Honestamente, não. É porque eu tenho algum tipo de estrutura diferente no meu sistema nervoso, sabe? Ele queima, explode e implode, aperta o meu peito, e dependendo do nível da coisa, acelera os meus batimentos cardíacos, me faz tremer as mãos e logo faz surgirem lágrimas de ódio nos olhos; e isso é uma descrição detalhada do que realmente acontece. E uma curiosidade: ele é ativado quando eu sofro algum tipo de injustiça. Entende o que eu digo? Eu odeio, O-D-E-I-O ser injustiçado, com todo o meu coração e toda a minha alma. Eu não suporto,sou fulminado com esse tipo de coisa. E recentemente eu tenho sofrido o maior processo de injustiça da minha vida nas mãos do Estado: tirar a carteira de habilitação.
Eu não quero parecer um fracassado infeliz que reclama das coisas quando não consegue o que quer, até porque todos sabem muito bem que eu não faço esse tipo. Mas hoje eu fracassei, pela segunda fez. INAPTO, apareceu no me cadastro do DETRAN. INAPTO. INAPTO onde? Um inapto que já foi e voltou dirigindo para fora da cidade não sei mais quantas vezes, sem cometer uma infração sequer? Nem lembro mais como se morre o carro da autoescola, tenho que pedir ajuda do instrutor quando quero estancar. Que tal um INAPTO em números: na minha última aula de direção, tive três horas seguidas de baliza e garagem. Foram 27 balizas feitas, de onde errei uma, e 23 garagens feitas, onde não errei nenhuma. Sendo que o carro era novo, porque o meu instrutor mudou de carro. Então, INAPTO onde? No cu das examinadoras, eu suponho.
O quê? Querem ouvir onde eu fui injustiçado? Bem,a primeira prova foi uma maravilha: choveu exatamente, e eu digo EXATAMENTE, em cima da área de testa justamente na hora em que eu entrei no carro, de tal forma que o exame foi parado até que amainasse o pé-d'água. Então,fui acometido de um nervosismo tal que nunca em toda a minha vida tinha visto igual, nem no vestibular, nem em canto algum. Meus pés não tremiam, chacoalhavam, e a minha noção de distância caiu em chamas da atmosfera. Para completar, tive que esperar 14 minutos para fazer a baliza, pois depois de esperar pacientemente até que chegasse minha vez na área balizada do meio do campo, fui reposicionado de última hora na última baliza do campo, onde novamente tive de esperar; isso à bel vontade das lindas e maravilhosas examinadoras. A linha branca da direita,claro, não existia na época,afinal não queremos tornar humanamente possível para o Haroldo tirar sua carteira, certo? Claro, minha baliza me fodeu legal, mas fazer o que? Isso não é nada, minha segunda vez foi tão pior que fez esta parecer o Supremo Tribunal de Deus.
Acordo 6:30 da manhã, e chego 7:30 na área de teste para começar a prova,que estava marcada para as 8. Cadê o professor? Eu ligo, e descubro que, vejam bem,o pneu tinha furado. O pneu do meu carro de teste. Deus, obrigado pelo suporte! E o step estava murchinho da silva. Deus, eu só posso agradecer. O professor ainda consegue chegar exata,precisamente 2 minutos antes de pararem de assinar as provas das 8. Eu vou para o final da fila (o quê? 60 carros na minha frente? Deus, obrigado). Quando finalmente sou o primeiro da fila, percebo que o painel do carro, aquele que tem a marcha, está mal-parafusado.Deus, alô, alguém em casa? Paro para ajeitar,para que não me atrapalhe durante as trocas de marcha, e quando levanto o olhar, uma examinadora gordinha balança os braços pra mim como se eu tivesse batido o carro ou tivesse câncer e alguns minutos de vida. Eu passo a primeira e começo a me mover. Quando chego perto, ela pede a minha prova e risca uma infração leve. INFRAÇÃO LEVE? POR QUÊ? PORQUE NÃO TE DEI O MEU NÚMERO DE TELEFONE, SUA FILHADAPUTA?. Ela me dá um bom dia e me manda prosseguir, eu lhe dou um bom dia e imagino em quantos pedaços diferentes eu podia cortar o seu corpo gordo com uma faca de cortar pão, e se depois poderia escondê-los todos no forro da parede do meu quarto. Mais para frente, na baliza, eu vejo uma mulher sendo LITERALMENTE ajudada pela examinadora à concluir a prova ("Sandra, tem mais espaço na frente. Isso. Vem mais um pouco. Isso. Tá certo. Pode sair"), sendo que a srta. Sandra ainda assim bate no limite e reprova. Eu, mantendo a calma, passo tranquilamente na baliza (adivinham, sem nem a menor dica da examinadora!) e vou para o percurso. Faço um percurso, me arrisco ao dizer, razoável, e volto para a área de testes sem maiores problemas.
Não sei o que errei, nem por que sou INAPTO. O resultado: o meu formulário para recorreção da prova já foi devidamente preenchido e imprimido, e eu aguardo ansiosamente poder visitar o DETRAN e deixar claras minhas amigáveis opiniões quanto ao belo serviço que ele vêm me prestando e ao agradabilíssimo trânsito de Manaus, e se o motivo de minha reprovação foi verdadeiramente aquele um ponto que a senhorita filhadaputaescrota graciosamente me cedeu por nada, esperem. Esperem uma briga de unhas e dentes, chutes e socos, facas e armas, gritos e choros, sangue e tripas por todo lugar, porque há um momento em que a gente diz chega. Chega de levar na cara e não poder fazer nada a respeito. Chega.
Como uma música do Slayer: pode não ter resultado nenhum, mas que faz barulho,faz.

3 comentários:

  1. ISSO AEW XD!....xinga todo mundo..sabe pq?...
    PQ "TÔ PUTO"

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  2. xDDDD Caralho cara, vai ser assim msm! Vou entrar tocando o ultimo CD do metallica altão e gritando TO PUTO!!!!!!

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  3. Ih, Haroldo, relaxa. O judá me disse outro dia desses que os melhores motorista nunca passam de primeira, olha. HUHSIAHS A terceira é pra dar sorte, vai por mim. Eu digo isso porque uma amiga minha passou de primeira e nem sabe passar marcha, morre de medo, só vai no automático, e eu que passei de terceira sinto quando o carro precisa e tal xD

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