domingo, 25 de julho de 2010

Pseudo-Intelectualidade: Não Faz Sentido

Então, eu muito tenho ouvido falar desse tal Felipe Neto. Recentemente eu descobri então que eu JÁ o conhecia: era aquele maluco escrachado do vídeo falando a verdade (ou algumas das delas) sobre Crepúsculo que eu tinha visto um tempo atrás. O nome do web show dele é “Não Faz Sentido”, e ele se propõe a expor o ponto de vista dele para quem quiser ouvir. O problema dele é simples: ele é um otário.
Bem, a primeira vez que eu vi o vídeo que ele fez sobre Crepúsculo, eu tenho que admitir que ele falou exatamente o que eu pensava. Nada demais, só mais alguém que entendeu como aquela porcaria toda começou. Bem, esse é o problema, na verdade. Ele fez um vídeo de 10 minutos, se esforçando ao máximo para tirar graça utilizando piadinhas infames bem ao estilo “aquele-seu-amigo-chato-que-quer-taaaanto-ser-engraçado”, e conseguiu 23 milhões de views no Youtube, o que é uma marca considerável. Eu cheguei às mesmas conclusões enquanto pegava o 125 pra chegar na faculdade, no meio naquela bomba de carne que é um ônibus lotado. (Você nunca sabe quando ele vai finalmente ceder à pressão interna e explodir 100 pessoas pelos ares!)
Olha, é chato criticar o cara. Ele fala as coisas até certinho. Exceto no vídeo sobre Fiukar, que parece ter sido feito de qualquer jeito depois que ele viu o sucesso que foi o vídeo sobre Crepúsculo. Isso é óbvio; notem como ele passa os 30% finais do vídeo pedindo ele mesmo votos para o VMB, que ele foi indicado; isso num vídeo de 7 minutos, consideravelmente menos que o anterior. Mas deixem o cara, ele acha que conheceu o sucesso. O problema nem é esse; ele infelizmente deixou claro que é propenso a falar merda.
Senhor Felipe Neto, aqui vai a minha opinião própria sobre os astros que dizem amar seus fãs: é claro que eles podem amar! Lógico! O sonho de um artista é ver sua arte ser compreendida e enaltecida. Oras, se isso acontece de fato, e de repente o artista se vê cercado de todo tipo de admiradores, lógico que ele vai amá-los! E ele pode falar tal coisa com todo o coração, se ele for um verdadeiro artista, e não estiver atrás de dinheiro. Eu gostaria então de pedir que o senhor abrisse um pouco mais a sua percepção do que é amor, e entendesse que existem tantas e variadas formas de amar que não se é possível abordá-las todas num blog. Um artista naturalmente ama aqueles que o enxergaram no meio da insignificância do cotidiano, como um homem à se afogar ama aquele que lhe estendeu a mão e o puxou do sofrimento da água. Ah, e aquele seu exemplo do garoto que é fotografado na escola é simplesmente patético, e o pior, é um sofisma: não se trata da apreciação das qualidades de alguém, mas de puro stalking: perseguição, o que é crime e é assustador. E oras, o senhor mesmo termina o vídeo pedindo votos. O que o senhor fez, senhor Felipe Melo, foi pedir a atenção de seus fãs como o faz qualquer outro artista, só que de uma maneira diferente. Nem eles, nem o senhor estão errados ao fazê-lo. E eu não digo isso como um jovem iludido e acéfalo, eu digo isso como alguém que procura ver o outro lado da moeda. Ah, e alguém que não tem nada a ganhar pela maneira que tem de ver as coisas, como outros tipos de pessoas, que têm indicações no VMB e tudo... Digo, eles PRECISAM abrir a boca, não? Se não, eles caem no esquecimento.
Mas eu admito que a culpa desse rapaz não está realmente nele. Tudo o que ele faz é trazer à mesa uma opinião que não é COMPLETAMENTE idiota; é apenas mediana. O problema é que a adolescência moderna, sinto dizer isso, é idiota. Tem uma mentalidade obtusa. É incapaz de formar opiniões. Porque ela NÃO LÊ. A cabeça do jovem moderno é uma cabeça de rádio. É uma cabeça de televisão. Jovens são tão influenciáveis quanto, oras, cachorros adestrados. E não leva um gênio para sacar isso; leva apenas alguém com desprezo o suficiente pelo sistema. Alguém como o Felipe Neto, como eu, como tantos outros! Agora, isso nos leva à uma outra questão: eu disse que a juventude não sabe das coisas porque não lê: percebam agora como o show, de sucesso, do Felipe Melo é em formato de vídeo. Estão vendo a sacada? O que ele faz é tentar parecer sagaz e original, quando tudo o que ele fala é na verdade conteúdo batido, só que previamente escrito. O sucesso dele é a PREGUIÇA da juventude moderna!
Talvez eu deixe de escrever, e comece a fazer vídeos, como ele. Sabe, para ver se fico popularzinho.
Nãão, péssima ideia. Vai que o sucesso me sobe a cabeça, e eu paro de pensar, e começo a ser mais um jovem babaca. Desses que fazem vídeos no quarto de empregada da casa,que já é meio escuro, e ainda por cima usando óculos escuros tipo moscão. Deus me livre.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Da prateleira bélica

http://www.youtube.com/watch?v=uSMlIM9zLio
Você pode viver o bastante para ver tudo o que há para ser visto. Um amanhecer aquarelado, daqueles que derramam o laranja mais vivo e eletrizante que tecnologia alguma jamais conseguirá reproduzir, quando o sol exerce soberano e altruísta sua doação mais inconsequente. Você pode conseguir presenciar o momento simplesmente exato de uma noite em que o raio dos raios corta toda a criação numa batida de coração, suas veredas se esbanjando em todas as direções e iluminando todos os sorrisos e lágrimas do mundo, para então se enraizar funda e dramaticamente no solo, o que vem a ser precisamente o lembrete de que necessitamos de que Deus ainda caminha entre nós, e está em cada vitória e em cada superação. E quem sabe você um dia poderá ser o dono de palavras que mudarão o mundo, palavras que viajarão através dos únicos continentes inóspitos entre si, quiçá inimigos um com o outro, que são as mentes humanas.
Nada disso, entretanto, se compara, mesmo que de perto, à profusão violenta de sentimentos que estouram no peito de uma pessoa que vê seu ente querido, tão querido, adentrar na sala pela porta da frente, inda de macacão camuflado; um estranho em seu próprio lar, deslocado do que é certo e justo. Um abraço, um beijo, você voltou. E pouco do que você verá será tão belo e impactante, rápido e decisivo, emocionante e surpreendente quanto a face de um filho em metamorfose quando do momento único que é a volta de um pai das entranhas da morte. Quando sua face se contorce em expressões esticadas e se esparrama conformada no rosto, para culminar então, sempre, numa perfeita gravura do que deve ser a piedade divina; o choque, a confusão, o entendimento; são sentimentos e expressões serenadas na pele.

domingo, 4 de julho de 2010

Melhores que a gente

Digo, eu nem sou um torcedor alucinado. Nem bebo Brahma nem sou chegado em Nike. Não sou peladeiro compulsivo, e da última vez que joguei futebol na quadra aqui do condomínio, bastaram 30 min para deixar duas grandes bolhas em ambos os dedões; olha mãe, tenho pés-de-moça. Mas ainda assim, eu curto futebol. E ver a seleção brasileira ser eliminada foi bem desagradável.
Não sou chegado a torcer para timecos; Flamengo, Vasco, tanto faz; o que me interessa é o panorama mundial. E a Copa do Mundo é muito do meu interesse. E presenciar o nosso time ser derrotado por um time como a Holanda é... incômodo. Vamos lá, nem a Holanda acreditava que ia ganhar. E de fato, o Brasil fez muito mais gols que ela durante o jogo. 3, para ser exato. Pena que um foi invalidado e outro foi contra; detalhes, detalhes. Ainda assim, não foi a derrota que me entristeceu, afinal a derrota faz tanto parte do jogo quanto a vitória. O revoltante foram os tais termos da derrota.
Mas todos já diziam que o Brasil ia perder. Todo mundo criticava a seleção do sr. Dunga. Não importa que todos tenham vibrado com os gols do Brasil, que todos tenham comemorado suas vitórias; não, agora sobramos nós com pedras nas mãos. Todos querem um Judas. Dunga, por causa da escalação, Felipe Melo, porque de alguma forma todos profetizavam que ele ia se esquentar em algum jogo e fazer besteira, as estrelas do time (Robinho, Kaká, Luís Fabiano), por causa de suas atuações medíocres, Mick Jagger, porque sua torcida invariavelmente leva o time alvo à ser destruído, Elano, porque não aguenta entrada dura de negão, Maradona, eu, a cor das paredes do estádio, James Cameron. Sei lá, vai ver foi o conjunto.
Olha, o Dunga infelizmente não estava preparado para uma situação de pressão como essa. Quando a Holanda passou na frente, ele simplesmente não sabia o que fazer. Os jogadores, foram ineficientes. Estávamos sem nenhuma ponta de lança qualificada. Mas vejam bem, foi o conjunto. Não há dizer que um fator apenas foi o suficiente.
Não me prolongarei hoje. Apenas gostaria de dizer que destruir o ex-técnico Dunga por causa dessa derrota é ridículo; ele, pelo contrário, fez muito bem tudo o que estava ao seu alcance. Desprendam-se da influência esmagadora da Globo e percebam que a culpa não é dele, mas dos que lá o botaram, como quem se utiliza de peneiras para se livrar do sol, e que não tiveram a iniciativa de retirá-lo quando o tempo era necessário. E gostaria de dizer também que castigar jogadores é desnecessário; a derrota de fato não foi nossa, mas pesa nas costas deles.
Resta esse time dar as mãos à Virgílio, a viagem é longa.

Uma piada infame: Agora temos 1 Dunga, 11 Sonecas e 190 milhões de zangados.