A história das
eleições no Brasil vêm rastejando penosamente desde 1532, quando
os primeiro colonizadores se organizaram em São Vicente para eleger
os membros de sua câmara municipal, passando por conturbados
períodos históricos e pelos mais diferentes sistemas políticos,
cruzando 1821, quando o voto rompeu a barreira regional e começou a
ser exercido para eleições de âmbito nacional, atravessando o
batalhado período da comoção pelas Diretas Já de 1984, e todos os
vetores de desenvolvimento terminam na mais recente ovada na cara da
concorrente a prefeita, Vanessa Grazziotin, na noite de terça-feira,
dia 11/09/2012. Isso no mínimo me faz matutar acerca da
supervalorizada noção de que o ser humano é um animal em eterna
evolução.
A candidata pouco se
permitiu refletir antes de acusar logo o partido tucano de Arthur
Neto, coincidentemente o seu maior rival nas próximas eleições, de
ser o responsável pelo seu batismo gosmento.
Não que ela não
mereça, ou não que ela mereça, tanto faz. Mas a verdade
intransmutável do fato é que um bom ovo foi desperdiçado naquela
noite, o que me traz à mente todas as vezes em que
simplesmente não havia nada para eu comer de madrugada lá em casa.
Para a minha surpresa,
entretanto, não tardou a se esgueirar por entre os ouvidos dos
cidadãos desta bela capital a tese de que tudo havia se tratado de
uma grande farsa armada pelo próprio partido da candidata, com o
escopo de atrelar o estigma de anti-feminista ao partido de seu
adversário. Logicamente, quem cunhou a referida tese foi o próprio
Arthur Neto, com base em imagens e vídeos da internet. Pináculo da sua teoria é o fato de que, após profundo esquadrinhamento das fotos da
melecada na face da candidata rival, não se pôde localizar o menor
vestígio de casca de ovo. Não que eu esteja cético à técnica
jurídica empregada, ou que eu considere o evento todo uma
grande e desnecessária bobajada ( o que eu acho), mas daí levar a
sua tese para apreciação no Superior Tribunal Eleitoral, como se lá
já não houvesse bastante trabalho sério para ser deslindado, já é
desvirtuamento democrático E jurídico.
Se a candidata vier a
ser eleita, Deus nos livre, eu lanço mão do seguinte palpite:
aposto que ninguém vai nem se lembrar de proposta alguma que ela
tenha feito. Ninguém, nada. Ela seria eleita como a candidata do
ovo. No grande mosaico de eleições nacionais, nós, Manaus,
teríamos eleito a prefeita que levou ovada na cara. Essa será sua
única definição. Isso serve apenas para denunciar o quão efêmeras
estão as propostas políticas nesta eleição. Digo isso também porque, se a
Vanessa pode dizer que é a candidata do ovo, Arthur Neto não tem
sequer banca eleitoral atualizada para ser lembrado. Para mim ele é
apenas, ainda, o candidato a prefeito que já foi senador; pronto,
essa é a sua característica marcante, esse é o jogo que ele está
trazendo para a política regional. Ele já foi senador.
Então, ex-senador
versus ovo na cara. Vocês que são brancos que decidam quem leva essa.
Pronto, não vou
comentar a história política de nenhum dos candidatos, não vou
mencionar as serpentes que se escondem em cada coligação, a traição
que aguarda em cada partido. Vim aqui apenas e somente apenas para
falar da parada do ovo. Até porque, se a Vanessa está reclamando que lhe melaram a cara com um ovo ou uma cusparada ou coisa que o
valha, eu gostaria de fazê-la sentir o que sinto quando penso na
cara-de-pau que é a sua candidatura. Ovada é refresco perto de político
imundo.
Começarei dizendo que a vossa excelência haroldo araujo, é um digníssimo zé buceta, e dos bons! As palavras são armas e a tangência da sua mira intelectual é mortal! Então... vivemos em uma situação de resgate político constante, olho para os meus dedos sujos de bosta que escorre dessa parafernália eleitoral e não encontro uma tecla que seja capaz de abranger resolutamente o meu verdadeiro voto. É preciso mudar, duh! mas nessa falta de apercebimento do que fazer fico entre um ovo desperdiçado e o velhaco... e oq fazer? Deixar em branco, aquilo que já está marrom, ou anular futilmente?
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