quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nem me disse adeus

O que é um Xbox 360?

Para início de conversa, é o único videogame americano de grande expressão no mercado. O resto, são japoneses. Falei tudo: É o melhor. E o que significa um Xbox 360?
Felicidade. Jogos de montão. Noites adentro, dias afora. Amigos reunidos comendo tekitos e falando shits-à-mil. Passatempo edificante. Desenvolvimento perceptivo e criativo. Sorrisos.

Meu Xbox 360 morreu hoje. Ele apresentou um defeito chamado Three Rings of Death, que aparece quando o hardware interno dele foi para o inferno, e que é um problema bem comum nesse tipo de aparelho. Então, por isso vocês estão vendo essa redecoração no meu blog. Está uma merda, eu sei. Foda-se. Sério, foda-se. Eu estou cagando para o que vocês acham ou deixo de achar da porra do meu blog.

Cheguei em casa feliz e saltitante, como um jovem playboy viadinho que entra no Café Cancun dia de domingo, vim direto para o meu quarto e apertei o botão de ligar o videogame. Mas ele não ligou. Hoje, ele não ligou.

Três luzes vermelhas piscaram, ao invés. Então eu desliguei e tentei de novo.

Idem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem. Ibidem.

Mãos trêmulas, suando frio (e quente, porque hoje tá quente PRA PORRA),eu me despejei na minha grande cadeira amarela, minha face branca, acho que minhas mandíbulas estavam chacoalhando, mas não tinha ninguém em casa para me oferecer uma porra de uma água com açúcar. O que se faz numa situação dessas? Eu ligo 190? Eu rezo? Eu danço a porra do tango em paris?

Vá se foder, leitor.

Melhor coisa que meus pais fizeram: colocar grade de segurança em todas as janelas da casa. Por quê? Porque eu não sei o que teria sido defenestrado primeiro: o cadáver do meu videogame, a minha cadeira ou eu. Ou a minha cachorrinha.

Brincadeira. Eu nunca jogaria o meu videogame, mesmo ele quebrado, nem a minha cadeira, ela tem valor sentimental, e muito menos a minha cadelinha. Muito embora eu ache que com a densidade do pelo de algodão dela, ela fosse flutuar (eu moro no sétimo andar).

Eu tenho cerca de 40 jogos para Xbox; são cerca de 40 órfãos então. Eu joguei alguns dos melhores jogos de todos os tempos nele. Ele tinha o que? 4 anos. Tá, já era meio velho. Na verdade, ele viveu DEMAIS, visto que a probabilidade de um Xbox dar o problema que o meu deu hoje na época em que esse foi feito era de 33%. É como dizerem para você que um amigo seu tem mais 3 meses de vida.

E ele viver mais 30. Sem falar que eu já tinha deixado-o cair algumas vezes...

Ele já vinha apresentando problemas, como um senhor idoso apresenta sintomas antes de fenecer. A pintura dele já estava enegrecendo. Ele já não lia mais alguns jogos. Ele riscava despropositadamente outros. Ele já não reconhecia controles novos. Ele às vezes não reconhecia o cabo HDMI.

“Haroldo, você se apega demais às suas coisas!”

Claro que eu me apego, CAROLHO! Essa merda desse videogame foi a grande primeira conquista que eu consegui com meu próprio esforço. Sabe quando o jovem economiza sozinho para comprar uma TV? Ou um som? Ou um computador? Pois é, foi o meu caso com esse Xbox. Ele é aquele 1(um) objeto no meu quarto que eu posso dizer que é MEU. Economizei durante um ano, na minha mesada e até no dinheiro do lanche da escola, sabendo que no final do ano iríamos viajar para os EUA, onde essas coisas são mais baratas. Esse Xbox, eu lembro até hoje, foi o único que eu encontrei em TODA A ORLANDO, porque na época ele era tipo SUPER NOVIDADE, e todo mundo já tinha comprado o seu por lá. Esse era o último, só me esperando. Meus olhos brilharam quando eu o vi, e eu o arranquei dos braços do vendedor e fiquei abraçado com ele o resto do dia (a caixa tinha o diâmetro do meu abraço). E, naqueles momentos de abstração juvenil tola, eu imaginava um ladrão aparecendo com um revólver e mandando eu passar o videogame; eu então respondia à plenos pulmões: “VAI TER QUE ATIRAR”.

Cara, ele já fez tanto por mim. Digo, sem ele, eu poderia ter sido um desses jovens super violentos que usam drogas, roubam, matam ou até mesmo colam nas provas. Tá, mentira.

Mas ainda assim.

Eu brincava dizendo que ele era o meu filho, ele e o meu PS 3. O meu primeiro PS 3 cresceu e virou um PS 3 Slim (foi vendido e eu utilizei o dinheiro pra comprar outro, para ser mais exato), mas o meu Xbox.... Morreu, cara.

Ele morreu.

Um comentário:

  1. kralho man...ele morreu y.y....q triste kra =/....vou ver se da pra fazer alguma coisa se vc permitir experiencias nele =p

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